Da Proibição ao Boom: A trajetória das Cervejas Artesanais desde a Lei Seca até se tornarem uma tendência global
- Pedro Paulo Whitaker
- 2 de mai. de 2024
- 15 min de leitura
Atualizado: 17 de fev.

1. Introdução
A Lei Seca nos Estados Unidos, instituída pela 18ª Emenda à Constituição em 1920 e mantida até 1933, marcou um dos experimentos mais audaciosos em política pública do século XX.
Esse período de proibição nacional contra a produção, importação, transporte e venda de bebidas alcoólicas desafiou profundamente a indústria de bebidas, impactando de maneira significativa a indústria cervejeira.
Antes da Lei Seca, a América vivenciava um auge na produção, com uma diversidade rica de cervejarias em operação.
A proibição resultou em um declínio severo, forçando muitas cervejarias a encerrar suas atividades, enquanto outras buscavam alternativas, como a produção de "cervejas sem álcool".
No Brasil, apesar de a Lei Seca americana não ter impactado diretamente, a indústria cervejeira brasileira também experimentou suas próprias transformações, mais especificamente nos anos 2000, intensificado em 2012.
O mercado, antes dominado por grandes conglomerados, começou a ver o surgimento e fortalecimento de um movimento de cervejarias artesanais nas últimas décadas.
Esse movimento, da década de 70 e mais intenso nos anos 80 no EUA e centenário na Europa, inspirado pela revolução da cerveja artesanal nesses países, inaugurou uma nova era de apreciação cervejeira no Brasil, com ênfase renovada na qualidade, diversidade e inovação.
Como destaca Carlo Bressiani, mestre cervejeiro e fundador da Escola Superior de Cerveja e Malte, "o movimento artesanal trouxe uma nova perspectiva para o mercado cervejeiro brasileiro, mostrando que cerveja é muito mais do que uma commodity, é uma expressão de criatividade e paixão" (BRESSIANI, 2019, p. 35).
Nos Estados Unidos, a revogação da Lei Seca pela 21ª Emenda em 1933 não trouxe uma recuperação imediata para o mercado de as cervejarias artesanais.
O mercado continuou sob domínio de grandes corporações, com limitada diversidade até as décadas de 1970 e 1980.
Foi apenas nesse período que o movimento da cerveja artesanal começou a florescer, impulsionado pela legalização do homebrewing e pelo surgimento de microcervejarias e brewpubs, que inovaram com estilos e sabores.
No Brasil, a valorização das cervejas artesanais se intensificou a partir dos anos 2000, quando empreendedores locais começaram a buscar alternativas às cervejas lager massificadas.
Inspiradas pela tendência global e pela tradição cervejeira de países com longo histórico no setor, as cervejarias artesanais brasileiras passaram a explorar uma vasta gama de estilos, desde IPAs com aromas intensos até stouts densas e sour ales refrescantes.
Ao longo deste artigo, exploraremos as transformações significativas que moldaram o desenvolvimento das cervejas artesanais, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
Discutiremos como a paixão, criatividade e busca incessante pela excelência catapultaram a cerveja artesanal para o cenário global, estabelecendo novos padrões de qualidade e diversidade no universo cervejeiro, sempre com um olhar atento às estratégias de marketing e vendas que acompanharam essa evolução.
2. A Lei Seca e o Impacto na Indústria Cervejeira
Contextualização da Lei Seca nos Estados Unidos (1920-1933)
A 18ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que entrou em vigor em janeiro de 1920, marcou o início de um dos períodos mais controversos na história americana: a Lei Seca.
Este período, oficialmente conhecido como Proibição, foi caracterizado pela proibição nacional da produção, venda, transporte e importação de bebidas alcoólicas.
A medida visava, entre outros objetivos, reduzir a criminalidade e os problemas sociais associados ao consumo de álcool.
No entanto, o que se seguiu foi uma era de intensa atividade ilegal, com o surgimento de um vasto mercado negro e o fortalecimento de organizações criminosas.
Consequências para as Cervejarias Existentes e o Mercado de Bebidas Alcoólicas
Impacto Imediato nas Cervejarias
A indústria cervejeira foi uma das mais afetadas pela Lei Seca. Antes da proibição, os Estados Unidos contavam com uma florescente indústria de cerveja, com centenas de cervejarias operando em todo o país.
A proibição forçou essas cervejarias a fechar ou a se reinventar drasticamente para sobreviver.
Algumas optaram por produzir "cervejas sem álcool", conhecidas como "near beer", com um teor alcoólico inferior a 0,5% - ponto que ajudou a acelerar o desenvolvimento da cerveja sem alcool -, enquanto outras se voltaram para a produção de refrigerantes, leite, sorvetes ou até mesmo pão, por conta dos equipamentos serem próximos e exigirem pouca adaptação para a mudança.
Como aponta o historiador Daniel Okrent em seu livro "Last Call: The Rise and Fall of Prohibition", "a Lei Seca foi um golpe devastador para a indústria cervejeira americana, que levou décadas para se recuperar plenamente" (OKRENT, 2010, p. 123).
Efeitos a Longo Prazo no Mercado de Bebidas Alcoólicas
A Lei Seca teve efeitos duradouros no mercado de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos.
O fechamento de cervejarias legítimas e a subsequente falta de competição facilitaram a consolidação do mercado nas mãos de poucas grandes empresas após a revogação da proibição em 1933.
Isso resultou em uma diminuição da diversidade de cervejas disponíveis para os consumidores e retardou o desenvolvimento de uma cultura cervejeira mais rica e variada, que só começaria a se recuperar com o renascimento das cervejarias artesanais nas décadas de 1970 e 1980.
Legado e Lições Aprendidas
A Lei Seca deixou um legado complexo.
Por um lado, demonstrou os limites da legislação na moderação do comportamento humano, especialmente quando tal comportamento está profundamente enraizado na cultura social.
Por outro lado, a era da Proibição serviu como um catalisador inadvertido para a inovação dentro da indústria cervejeira.
As estratégias de sobrevivência adotadas pelas cervejarias durante esse período plantaram as sementes para a diversificação de produtos e a exploração de novos mercados.
Como observa o especialista em marketing de bebidas, David Gleason, em seu artigo "Prohibition's Impact on the Beverage Industry", "a Lei Seca forçou as cervejarias a serem criativas e a buscar novas formas de se manterem relevantes, uma lição que continua válida até hoje em um mercado cada vez mais competitivo" (GLEASON, 2018, p. 45).
Para o setor de marketing e vendas, a Lei Seca ressalta a importância da adaptabilidade e da inovação diante de mudanças regulatórias e de mercado.
As cervejarias que sobreviveram à proibição foram aquelas capazes de se reinventar, explorando novos nichos de mercado ou ajustando seus modelos de negócios.
Essa capacidade de adaptação é uma lição valiosa para profissionais de marketing e vendas em qualquer setor, especialmente em um mercado tão dinâmico e competitivo como o da cerveja artesanal.
Em resumo, a Lei Seca nos Estados Unidos é um estudo de caso fascinante sobre as consequências não intencionais de políticas públicas.
Entender esse período histórico oferece insights valiosos sobre a gestão de crises, a importância da diversificação e a capacidade de antecipar e responder a mudanças no ambiente de negócios.
3. O Renascimento do Homebrewing
O movimento do homebrewing, ou fabricação caseira de cerveja, desempenhou um papel fundamental na transformação da cultura cervejeira nos Estados Unidos e, por extensão, em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
A legalização do homebrewing em 1978 marcou um ponto de virada decisivo, inaugurando uma era de experimentação, inovação e um renovado apreço pela diversidade e qualidade cervejeira.
Legalização do Homebrewing em 1978
Até 1978, a fabricação caseira de cerveja nos Estados Unidos era ilegal, um resquício das leis da era da Proibição.
A revogação dessa proibição, através da legislação federal assinada pelo presidente Jimmy Carter, legalizou a produção de cerveja em casa para uso pessoal, sem intenção de venda.
Essa mudança legislativa abriu as portas para entusiastas da cerveja explorarem a fabricação de cerveja além das opções limitadas disponíveis comercialmente na época.
Charlie Papazian, fundador da Associação Americana de Homebrewers e autor do livro "The Complete Joy of Homebrewing", destaca: "A legalização do homebrewing foi um momento decisivo que permitiu a uma nova geração de cervejeiros artesanais aprimorar suas habilidades e compartilhar sua paixão pela cerveja" (PAPAZIAN, 2014, p. 15).
Revitalização do Interesse por Cervejas Diversificadas e de Qualidade
Experimentação e Educação
A legalização do homebrewing incentivou uma onda de experimentação.
Cervejeiros caseiros começaram a explorar estilos e técnicas variadas, muitas vezes inspirados pelas tradições cervejeiras de países com rica história cervejeira, como Bélgica, Alemanha e Inglaterra.
Essa experimentação foi acompanhada por um aumento no interesse por educação cervejeira, com a formação de clubes de homebrewing, publicações especializadas e eventos dedicados à cultura cervejeira.
Randy Mosher, autor do livro "Tasting Beer" e especialista em cerveja, salienta a importância do homebrewing na experimentação e no fomento do conhecimento sobre cerveja.
De acordo com Mosher, o homebrewing permite que os entusiastas da cerveja experimentem diferentes ingredientes, técnicas e estilos, o que pode levar a uma maior apreciação e conhecimento da bebida.
Além disso, o homebrewing também incentiva os cervejeiros caseiros a buscar mais informações sobre a história, a ciência e a cultura da cerveja, o que pode levar a uma maior apreciação e conexão com a bebida.
Mosher acredita que o homebrewing desempenhou um papel fundamental no crescimento e na evolução da cena cervejeira artesanal, e continua a ser uma ferramenta importante para os entusiastas da cerveja que desejam expandir seus horizontes e aprimorar suas habilidades.
Impacto nas Cervejarias Artesanais
Muitos dos cervejeiros caseiros mais talentosos e inovadores eventualmente fizeram a transição para abrir suas próprias microcervejarias, impulsionando o movimento da cerveja artesanal.
Essas novas cervejarias, muitas fundadas por ex-homebrewers, começaram a oferecer estilos de cerveja que eram praticamente desconhecidos no mercado americano da época, como IPAs, stouts, porters e sour ales.
Como aponta Garrett Oliver, mestre cervejeiro da Brooklyn Brewery e autor de "The Brewmaster's Table", "o homebrewing foi uma incubadora para a revolução da cerveja artesanal. Muitos dos nomes mais respeitados no setor começaram como cervejeiros caseiros, transformando sua paixão em um negócio" (OLIVER, 2011, p. 89).
Comunidade e Colaboração
O renascimento do homebrewing também fomentou um forte senso de comunidade e colaboração entre os cervejeiros.
Clubes de homebrewing e competições tornaram-se espaços para compartilhar conhecimentos, técnicas e feedback sobre as cervejas produzidas.
Essa cultura colaborativa é um dos pilares do movimento da cerveja artesanal, promovendo uma constante troca de ideias e inovações que continuam a enriquecer o setor.
Como observa John Palmer, autor de "How to Brew" e referência no mundo do homebrewing, "a comunidade de homebrewers é incrivelmente generosa com seu conhecimento. Esse espírito de compartilhamento e colaboração foi essencial para o crescimento e sucesso das cervejarias artesanais" (PALMER, 2017, p. 23).
Influência Global e no Brasil
A revitalização do homebrewing nos Estados Unidos teve um impacto global, inspirando entusiastas da cerveja em todo o mundo, incluindo o Brasil.
No contexto brasileiro, a cultura do homebrewing tem crescido exponencialmente, com um número crescente de cervejeiros caseiros explorando e criando cervejas únicas.
Essa tendência tem contribuído para a diversificação do mercado cervejeiro brasileiro, com muitos homebrewers se tornando empreendedores e fundando suas próprias cervejarias artesanais.
Como destaca o sommelier de cervejas e consultor de mercado, Eduardo Beltramelli, em seu artigo "O Impacto do Homebrewing no Mercado Cervejeiro Brasileiro", "o homebrewing tem sido uma força motriz por trás do crescimento das cervejarias artesanais no Brasil. Muitos dos nossos cervejeiros mais inovadores começaram como homebrewers, trazendo sua criatividade e paixão para o mercado comercial" (BELTRAMELLI, 2020, p. 56).
O renascimento do homebrewing representa uma fonte rica de inovação e diversidade.
A história e o impacto do homebrewing oferecem insights valiosos sobre as tendências de consumo, a importância da educação e da comunidade na promoção de produtos e a capacidade de pequenos produtores de influenciar e transformar mercados.
Ao entender e apreciar o papel do homebrewing na cultura cervejeira contemporânea, é possível desenvolver estratégias de marketing e vendas que ressoem com os valores e preferências dos consumidores, promovendo a apreciação por cervejas artesanais diversificadas e de alta qualidade.
4. A Explosão das Cervejas Artesanais nos Anos 90 e 2000
A década de 1990 e o início dos anos 2000 marcaram um período de crescimento sem precedentes e de transformação profunda no setor cervejeiro, especialmente nos Estados Unidos, mas com repercussões globais que também influenciaram o mercado brasileiro.
Este período é caracterizado por um aumento exponencial no número de cervejarias artesanais e uma diversificação sem precedentes nos estilos de cerveja disponíveis, refletindo uma mudança nas preferências dos consumidores e um interesse renovado na qualidade e na singularidade das cervejas.
Crescimento Exponencial do Número de Cervejarias Artesanais
No início dos anos 90, o movimento da cerveja artesanal nos Estados Unidos ainda estava em sua infância, com apenas algumas centenas de cervejarias operando em todo o país.
No entanto, ao longo da década e entrando nos anos 2000, o setor testemunhou um crescimento exponencial.
Este boom foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a legalização do homebrewing na década anterior, que serviu como uma incubadora de talentos e inovação, e uma mudança nas preferências dos consumidores, que começaram a valorizar mais a qualidade, a autenticidade e a diversidade em suas escolhas de cerveja.
Como destaca Julia Herz, diretora de programas de cerveja artesanal da Brewers Association, "os anos 90 e 2000 foram um período de crescimento explosivo para as cervejarias artesanais americanas.
A ascensão das cervejarias artesanais também foi facilitada por mudanças nas leis de alguns estados, que passaram a permitir operações menores, como brewpubs e microcervejarias, a vender diretamente para os consumidores.
Essas mudanças regulatórias, combinadas com um crescente interesse dos consumidores, criaram um ambiente propício para o surgimento e crescimento de cervejarias artesanais.
Diversificação dos Estilos de Cerveja e Experimentação
Uma das marcas registradas do setor de cervejas artesanais durante este período foi a diversificação sem precedentes dos estilos de cerveja.
Cervejeiros artesanais, muitos dos quais começaram como homebrewers, abraçaram a experimentação e a inovação, explorando e redefinindo estilos tradicionais de cerveja e criando novos.
Esta era de experimentação levou ao surgimento de estilos que se tornaram emblemáticos do movimento artesanal, como American IPA, Imperial Stout, e Sour Ales, entre outros.
A experimentação não se limitou apenas aos estilos de cerveja, mas também às técnicas de fabricação, ingredientes e métodos de fermentação.
Cervejeiros artesanais começaram a incorporar ingredientes locais e não tradicionais, como frutas, ervas, especiarias e até mesmo café e chocolate, em suas receitas.
Além disso, a adoção de técnicas de fermentação inovadoras e o resgate de métodos tradicionais, como a fermentação espontânea, contribuíram para a criação de cervejas com perfis de sabor únicos e complexos.
Garrett Oliver comenta: "A experimentação durante esse período foi incrível. Os cervejeiros estavam explorando novos ingredientes, técnicas e estilos, empurrando os limites do que era possível com a cerveja. Foi um momento de grande criatividade e inovação" (OLIVER, 2011, p. 145).
Impacto Global e no Brasil
O fenômeno das cervejas artesanais não se limitou aos Estados Unidos.
A explosão das cervejas artesanais teve um impacto global, inspirando empreendedores e cervejeiros em todo o mundo, incluindo o Brasil.
No Brasil, o movimento da cerveja artesanal ganhou força nos anos 2000, com o surgimento de cervejarias que buscavam não apenas replicar estilos populares internacionais, mas também criar cervejas que refletissem o terroir e a cultura brasileira.
Como aponta o sommelier de cervejas e consultor de mercado, Eduardo Beltramelli, em seu artigo "A Influência da Revolução Cervejeira Americana no Brasil", "o boom das cervejas artesanais nos Estados Unidos teve um impacto significativo no Brasil. Cervejeiros brasileiros começaram a explorar novos estilos e ingredientes, muitas vezes com um toque local, como o uso de frutas tropicais ou madeiras nativas para envelhecimento. Isso ajudou a criar uma identidade única para a cerveja artesanal brasileira" (BELTRAMELLI, 2020, p. 89).
Para profissionais de marketing e vendas no setor cervejeiro, a explosão das cervejas artesanais nos anos 90 e 2000 oferece valiosas lições sobre a importância da inovação, da autenticidade e da conexão com o consumidor.
A diversificação dos estilos de cerveja e a experimentação se tornaram não apenas marcas registradas do setor, mas também fatores-chave para o sucesso no mercado competitivo de hoje.
Entender essas tendências e como elas moldaram as preferências dos consumidores é crucial para desenvolver estratégias de marketing e vendas eficazes que ressoem com o público-alvo, promovendo a apreciação pela qualidade, diversidade e inovação no universo das cervejas artesanais.
5. Globalização da Cultura da Cerveja Artesanal
A cultura da cerveja artesanal, que teve suas raízes modernas nos Estados Unidos durante as últimas décadas do século XX, transformou-se em um fenômeno global.
Esta expansão para além das fronteiras americanas é caracterizada por uma crescente apreciação pela diversidade, qualidade e inovação no mundo da cerveja.
Países ao redor do mundo não apenas abraçaram a cultura da cerveja artesanal, mas também contribuíram com suas próprias tradições, ingredientes e técnicas únicas, enriquecendo assim o panorama global da cerveja artesanal.
Como observa Pete Brown, autor de "The World Atlas of Beer", "a globalização da cultura da cerveja artesanal tem sido notável. Cada país traz sua própria perspectiva e sabores para a mesa, criando um mosaico incrível de estilos e tradições cervejeiras" (BROWN, 2017, p. 12).
Expansão Global
A globalização da cerveja artesanal é evidenciada pelo aumento significativo no número de cervejarias artesanais fora dos Estados Unidos, bem como pelo crescente interesse dos consumidores em estilos de cerveja diversificados e de alta qualidade.
Esta expansão foi facilitada por vários fatores, incluindo o acesso mais fácil a informações e recursos através da internet, a disponibilidade global de ingredientes de cerveja e o desejo dos consumidores de experimentar produtos autênticos e locais.
Exemplos de Países com Mercados Emergentes de Cerveja Artesanal
Brasil
O Brasil emergiu como um líder no movimento da cerveja artesanal na América Latina, com cervejarias artesanais explorando ingredientes locais como frutas amazônicas, madeiras nativas e café.
A criatividade e a inovação dos cervejeiros brasileiros têm sido reconhecidas em competições internacionais de cerveja.
Como destaca Carlo Bressiani, mestre cervejeiro e fundador da Escola Superior de Cerveja e Malte, em entrevista à revista Beer Art, "O Brasil tem se destacado no cenário global da cerveja artesanal, com cervejarias criando cervejas únicas que refletem a diversidade e a riqueza da cultura brasileira" (BRESSIANI, 2019, p. 42).
Bélgica
Embora a Bélgica tenha uma longa tradição cervejeira, o país também abraçou o movimento artesanal moderno, com novas cervejarias experimentando além dos estilos tradicionais belgas.
A Bélgica continua a ser um ponto de referência para cervejeiros artesanais em todo o mundo, especialmente no que diz respeito a estilos como Saisons, Lambics e Trappists.
Japão
O Japão tem visto um crescimento notável em sua cena de cerveja artesanal, com cervejarias locais incorporando técnicas japonesas e ingredientes tradicionais, como yuzu, chá verde e arroz.
Isso resultou em cervejas únicas que refletem a culinária e a cultura japonesas.
Austrália e Nova Zelândia
Estes países da Oceania têm contribuído significativamente para o movimento da cerveja artesanal, especialmente no desenvolvimento e uso de lúpulos locais.
Variedades de lúpulo como Galaxy, Nelson Sauvin e Motueka são altamente procuradas por cervejeiros artesanais em todo o mundo, devido aos seus perfis de sabor e aroma distintos.
Contribuições Únicas
A globalização da cultura da cerveja artesanal não se limita à expansão geográfica; ela também envolve a troca de conhecimentos, técnicas e ingredientes entre cervejeiros de diferentes países.
Esta interação tem levado à criação de cervejas que combinam tradições cervejeiras de várias partes do mundo, resultando em estilos híbridos e inovações que continuam a empurrar os limites da criatividade.
6. Conclusão: A Importância Cultural e Econômica das Cervejas Artesanais e Perspectivas Futuras
Importância Cultural
A ascensão das cervejas artesanais não é apenas uma tendência de mercado; é um movimento cultural que reflete uma mudança nas preferências dos consumidores em direção a produtos que valorizam a qualidade, a autenticidade e a singularidade.
As cervejarias artesanais revitalizaram a tradição cervejeira, introduzindo uma diversidade de estilos e sabores que eram praticamente desconhecidos para a maioria dos consumidores até algumas décadas atrás.
Este movimento também tem promovido uma apreciação mais profunda pela cerveja, não apenas como uma bebida, mas como uma expressão artística e cultural que pode refletir a identidade de uma comunidade ou região.
Além disso, as cervejarias artesanais frequentemente atuam como centros comunitários, fomentando a socialização e o engajamento local.
Elas têm um papel importante na revitalização de áreas urbanas, atraindo turismo e promovendo eventos que agregam valor cultural e social às comunidades.
Importância Econômica
Economicamente, o setor de cervejas artesanais tem demonstrado um crescimento robusto, contribuindo significativamente para a economia local e nacional.
As cervejarias artesanais geram empregos, aumentam a arrecadação de impostos e estimulam o desenvolvimento de negócios relacionados, como fornecedores de ingredientes, distribuidores e pontos de venda.
Além disso, a ênfase na utilização de ingredientes locais e na sustentabilidade tem um impacto positivo na economia local, apoiando agricultores e produtores regionais.
Perspectivas Futuras para o Setor
As perspectivas futuras para o setor de cervejas artesanais são promissoras, mas também desafiadoras.
A crescente conscientização dos consumidores sobre questões de saúde e sustentabilidade sugere que as tendências para cervejas de baixa caloria, não alcoólicas e produzidas de maneira sustentável continuarão a ganhar força (CARNEIRO, 2021).
Além disso, a experimentação com ingredientes locais e a busca por novos sabores e estilos devem manter a inovação como um pilar central do setor.
No entanto, o setor também enfrenta desafios, como a saturação do mercado em algumas regiões e a concorrência com grandes conglomerados cervejeiros que estão adquirindo cervejarias artesanais ou lançando suas próprias marcas "artesanais".
Para manter a relevância e o crescimento, as cervejarias artesanais precisarão continuar a enfatizar sua autenticidade, qualidade e compromisso com a comunidade e o meio ambiente (SWERSEY, 2018).
Impacto na Cultura Global da Cerveja
O impacto das cervejas artesanais na cultura global da cerveja é indiscutível.
Elas têm democratizado e diversificado o panorama cervejeiro, oferecendo aos consumidores uma gama quase ilimitada de escolhas e experiências.
À medida que o movimento artesanal se expande globalmente, é provável que vejamos uma maior fusão de tradições cervejeiras, com cervejeiros de diferentes partes do mundo colaborando e compartilhando conhecimentos.
Isso não apenas enriquecerá a diversidade de cervejas disponíveis, mas também promoverá uma compreensão e apreciação mais profundas das tradições cervejeiras de diferentes culturas.
A CBCA e suas marcas
No cenário brasileiro de cervejas artesanais, a Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal (CBCA) se destaca por seu compromisso com a qualidade, inovação e valorização da cultura cervejeira.
Com um portfólio diversificado de marcas, como Schornstein, Leuven, Seasons e Unicorn, a CBCA oferece uma ampla gama de estilos e sabores, desde os clássicos até os mais inovadores, sempre primando pela excelência em seus produtos.
Como comercial da CBCA, coloco-me à disposição para atender e esclarecer quaisquer dúvidas sobre nossas marcas, produtos e iniciativas.
Nosso objetivo é não apenas fornecer cervejas artesanais excepcionais, mas também contribuir para o enriquecimento da cultura cervejeira no Brasil, promovendo a apreciação e o conhecimento sobre essa fascinante bebida. Sinta-se à vontade para entrar em contato conosco.
Em suma, as cervejas artesanais têm desempenhado um papel crucial na redefinição da cultura da cerveja, influenciando não apenas as preferências dos consumidores, mas também as práticas econômicas e sociais relacionadas à produção e consumo de cerveja.
À medida que o setor continua a evoluir, seu impacto cultural e econômico provavelmente se expandirá, moldando a forma como as comunidades ao redor do mundo apreciam e celebram a rica e diversificada cultura da cerveja.
É isso, se precisar de algo, é só chamar!
Pedro Paulo Whitaker
Comercial Cia. Brasieira de Cerveja Artesanal
(11)99982-3333
Até!
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